Vamos falar sobre mulheres no cinema?
- Patricia Pontes
- 25 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Por Patricia Pontes
Quando você pensa em diretoras no cinema, qual o primeiro nome que vem na sua cabeça, leitor? Eu sei que agora a sua expressão ficou parecida com aquele meme da Nazaré Tedesco e eu não te culpo. Até hoje somente uma mulher ganhou o prêmio de melhor direção: Kathryn Bigelow levou a estatueta para casa, em 2010, com filme o Guerra ao Terror. Até hoje, somente cinco diretoras foram indicadas ao Oscar (a primeira foi somente em 1975, foram necessárias 48 edições para que uma mulher fosse indicada nesta categoria).
Mas parece que esse jogo vai começar a melhorar para nós, mulheres. Nas últimas três edições do Oscar, a diretora e atriz , Greta Gerwig, foi indicada na categoria de direção duas vezes (Lady Bird, na edição de 2018, e Adoráveis Mulheres na de 2020) e, honestamente, leitor, a pessoa que está escrevendo esse texto aqui é fã dessa mulher. Com o fechamento dos cinemas por conta da pandemia, o único filme que eu vi no cinema esse ano foi o Adoráveis Mulheres, e, no meio do caos, tive a oportunidade de assistir Lady Bird. Os dois filmes são protagonizados pela maravilhosa Saoirse Ronan (Um olhar do paraíso) e as temáticas são bem parecidas, pois ambos falam sobre liberdade.
No Adoráveis Mulheres, temos a personagem principal lutando para ser livre dos padrões da época, em um dos discursos mais forte ela diz que as mulheres têm mentes e almas além de coração. Com personagens bem construídos, a versão cinematográfica mais recente do livro Mulherzinhas (1868), da autora Louisa May Alcott, consegue nos atingir de uma forma bem impactante, mesmo mantendo a calma em todos os momentos do filme. Já em Lady Bird, a protagonista, que leva esse apelido pois é um nome dado a si mesma, quer a liberdade de poder ficar longe de todos e, principalmente, da mãe que em todos os momentos é extremamente crítica. Com diálogos ácidos e, às vezes, um excesso de rebeldia, Lady Bird é perfeito para entender como é difícil a transição da adolescência para fase adulta.
O cinema feito por mulheres é especial para mim, pois, muitas vezes, é mais direto e pessoal e eu consigo me enxergar nas telonas, meus anseios, desejos e problemas. Leitor, privilegie os filmes feitos por mulheres para que essa indústria tenha mais igualdade, afinal, se somos mais da metade do mundo, precisamos nos enxergar mais.
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