Jane The Virgin: A realidade contada através da ficção
- Yavini Santos
- 24 de set. de 2020
- 3 min de leitura
Por Yavini Santos

Caro Leitor, hoje iremos falar de uma série que nos ensina muitas lições de vida. Jane The Virgin conta a história de Jane Gloriana Villanueva (Gina Rodriguez), uma jovem de 23 anos que trabalha no hotel Marbella, sonha em ser escritora e sempre foi muito apoiada por sua mãe, Xiomara (Andrea Navedo), e sua avó, Alba (Ivonne Coll). Essas três mulheres moram sozinhas, mas possuem muita garra, determinação e bons ensinamentos.
Alba é uma venezuelana muito religiosa que encoraja a neta, Jane, a preservar a virgindade até o dia do casamento. Ela decide seguir o conselho da avó e é compreendida pelo namorado, Michael Cordero Jr. (Brett Dier). Mas a vida da jovem Villanueva vira de cabeça para baixo quando, acidentalmente, foi inseminada artificialmente pelo esperma do dono do hotel Marbella, Rafael Solano (Justin Baldoni).
A trama é vivida nas ruas de Miami. O enredo é muito parecido com novelas mexicanas, possui um narrador que traz muita emoção a todos os dramas que ocorrem na vida dessas três mulheres e trata o telespectador como um amigo muito chegado. Com triângulos amorosos, super vilã, risadas e choros, a série é separada em cinco temporadas e 100 episódios, cada um deles dura em torno de 40 minutos e o episódio 99 é um documentário com os atores para comentar sobre esses anos que foram dedicados à obra.
Jane The Virgin teve início em 2014 e finalizou em 2019, foi exibida pela emissora THE CW. A série é uma adaptação da telenovela venezuelana Juana La Virgen, criada por Perla Farías. A trama foi indicada aos prêmios Globo de Ouro de 2014, pela categoria melhor série de comédia ou musical e também foi selecionada pelo American Film Institute, como um dos 10 melhores programas de televisão no mesmo ano.
Assuntos muito importantes são tratados durante essas cinco temporadas. A ausência de uma figura paterna durante a infância, gravidez inesperada, a força da mulher, o objetivo profissional que pode parecer tão distante, mas que se correr atrás e tiver apoio vemos que vai dar tudo certo. Falando em apoio, Jane poderia não ter um pai, mas tem uma mãe extrovertida que, às vezes, a faz passar vergonha e uma avó rigorosa. Mas o significado de família sempre esteve presente dentro da personagem. Amor não faltou, garra e perseverança sempre foram pontos de qualidade das Villanuevas. O que me emocionou não foi só o romance da série, que é óbvio que tem, sempre queremos que o príncipe encantado, o mocinho, fique finalmente com a princesa ou escritora realizada. Mas esse não foi o principal ponto que me chamou atenção, caro leitor.

Essa dramaturgia nos traz uma compatibilidade com a realidade, claro que nem tudo é igual, aliás é uma série, mas há muita semelhança com algumas famílias e situações que vivemos, como desconstrução de paradigmas, discussão sobre o preconceito que mulheres que engravidam antes de se casar dentro de certa religião sofrem, e não somente do preconceito fora de casa, mas também dentro da própria família. Alba era extremamente conservadora, e com a gravidez de Jane teve se remodelar ao decorrer de toda a trama, foi uma personagem que teve uma grande evolução.
Jane The Virgin também apresenta uma discussão sobre ausência paterna, uso de drogas, preconceito, descoberta, tratamento de câncer, etc. A série mostra que a gente pode planejar tudo, mas a vida é imprevisível, e que devemos sempre aproveitar cada momento ao lado de quem amamos e sermos o apoio dessas pessoas, seja em momentos felizes ou em momentos tristes.
Disponível: Netflix, as cinco temporadas completas.
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