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Enola Holmes: uma história sobre encontrar seu próprio caminho

Atualizado: 25 de nov. de 2020

Por Fernanda Iana


As aventuras do famoso detetive Sherlock Holmes têm instigado leitores desde a criação da série de livros do personagem pelo autor Sir Arthur Conan Doyle, em 1887, ano de publicação do primeiro volume: Um estudo em vermelho (vale mencionar que se trata de um dos livros favoritos dessa redatora que vos fala). Os livros acompanham a história de Holmes e seu fiel escudeiro Watson que resolvem crimes aparentemente sem solução, pois apenas o raciocínio lógico de Sherlock e o conhecimento do Dr. John Watson em conjunto conseguem decifrar todos os mistérios.

Henry Cavill como Sherlock; Millie Bobby Brown como Enola e Sam Claflin como Mycroft (Netflix)

Entretanto, desta vez, não estamos aqui para conversar sobre Sherlock, e sim, para falar sobre sua irmã mais nova, Enola (Millie Bobby Brown). Recentemente, o filme “Enola Holmes” estreou no serviço de streaming Netflix. O longa nos traz uma breve contextualização a respeito da família Holmes e dos motivos pelos quais a personagem do título é desconhecida por nós. A história se passa pelos olhos da própria Enola que, constantemente, faz o uso da quebra da quarta parede.

O enredo se inicia a partir do momento que a mãe de Enola, Eudoria Holmes (Helena Bonham Carter), desaparece misteriosamente e de uma maneira bastante suspeita. Logo, Enola se vê sozinha na mansão dos Holmes, quando seus irmãos mais velhos, os famosos Sherlock (Henry Cavill) e Mycroft (Sam Claflin), chegam à casa para investigar como e por que sua mãe decidiu sumir.

Diferentemente da educação que Mycroft esperava que ela tivesse, Enola foi ensinada pela mãe a lutar, ler, pensar com raciocínio lógico e aprender tudo o que um garoto deveria saber na época. Ao contrário daquilo que ensinavam às meninas, Enola nunca aprendeu a bordar ou qualquer outra das atividades que, supostamente, fariam dela uma boa esposa. No entanto, a jovem entra em apuros quando Mycroft decide que seu comportamento não é digno de uma dama e que ela deve partir para um colégio interno, imediatamente. Sendo assim, Enola toma uma decisão inesperada e, assim como a mãe, decide desaparecer também.

Para quem não sabe, o filme foi baseado no livro “Os Mistérios de Enola Holmes – O Caso do Marquês Desaparecido”, primeiro volume da série de livros criada pela autora Nancy Springer, lançada em 2006, que até o momento possui seis volumes, e devido ao sucesso do longa, estão sendo republicados.

Durante a divulgação do filme na Inglaterra, a Netflix colocou estátuas das irmãs de homens famosos e ilustres próximas às estátuas deles, como Nannerl Mozart, irmã do músico e Fanny Dickens, irmã de Charles Dickens, que assim como Enola são ofuscadas pelos irmãos. Uma estátua da personagem foi erguida ao lado do monumento dedicado ao personagem de Doyle, na Baker Street, onde fica localizado o museu de Sherlock Holmes. Apesar de ambos os personagens serem fictícios e Enola não existir na obra original, a estátua dela foi erguida em homenagem a todas as mulheres detetives que foram apagadas da história e também aos primeiros romances policiais escritos na Inglaterra e, ao contrário do que muitos imaginam, nenhum deles tratava-se de Sherlock Holmes, mas de “The Female Detective” e “Revelations of a Lady Detective”, ambos publicados em 1864.

Estátua dedicada a Sherlock Holmes, à esquerda e estátua de Enola Holmes, à direita. (Netflix)

A história de Enola é emocionante, possui cenas de luta muito incríveis e um mistério bem instigante, além de a trama conversar muito sobre feminismo e sororidade. Utilizando uma ambientação política, a história de Enola ainda faz referência ao filme “As Sufragistas”, que também conta com Helena Bonham Carter no elenco e aborda a história da luta pelo voto feminino no Reino Unido.

Capas inglesas da série de livros Enola Holmes, publicada pela Penguin Random House

Podemos ficar esperançosos com uma continuação, pois apesar de a Netflix ainda não ter confirmado uma sequência, o serviço de streaming adquiriu os direitos de adaptação de toda a obra de Springer, ou seja, existem outros cinco livros esperando pela adaptação às telas e, tanto os atores quanto o diretor, parecem bastante empolgados em trabalhar neste projeto.



Revisão: Janaína Melo

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